segunda-feira, 26 de março de 2012

FRUSTRAÇÕES

Você pode encará-las como derrotas pessoais e se dar mal. Ou enxergá-las como oportunidades de aprender e crescer mais. A escolha é sua.

     Freud, o pai da psicanálise, costumava dizer que nada do que diga respeito aos seres humanos deveria nos causar estranheza. Seu recado, muito lógico, é que não se deve surpreender, nem desesperar, com choques que fazem parte da vida, como a morte de ente querido, por exemplo. Evidentemente, qualquer pessoa sensível continua sofrendo por causa de fatos desse tipo. Mas será que, além da dor inevitável, há a necessidade de se sentir frustrado por não conseguir mudar a a realidade? A questão se coloca com frequência em nosso dia a dia de trabalho. Que a gente queira ou não, sempre existirão momentos de frustração na vida profissional de todas as pessoas - e esses momentos não serão poucos.
     Não é preciso que sejam acontecimentos grandiosos, como a demissão ou a falência da empresa na qual você depositava os seus sonhos de uma carreira de sucesso. São os fatos corriqueiros, na verdade, os que mais geram momentos de frustrações. Você pode discordar de uma ordem do seu chefe; descobrir que aquele aumento prometido não veio; perder um bom cliente; ter de abaixar a cabeça por alguma razão. Todas essas coisas, tão comuns na vida de qualquer profissional, são capazes de dar uma senhora desanimada na pessoa. O sentimento predominante da frustração é o da impotência, de incapacidade. A pessoa sente aquele fato como uma derrota pessoal e isso mexe com a auto-estima.
     O impacto que esses acontecimentos negativos têm em nossa vida depende da forma como os encaramos. A cada experiência ou estímulo atribuímos um significado e, consequentemente, temos uma interpretação mental. Uma demissão, por exemplo, é uma experiência chocante. Se dermos a ela um significado catastrófico, nossa vivência desse fato também será catastrófica.A interpretação a essa demissão irá desencadear, é claro, uma reação emocional. Pode ser de ódio em relação à empresa, desespero por não saber o que fazer, insegurança, medo. Isso definirá o nosso comportamento diante deste fato.
     De uma forma geral, as pessoas se sentem frustradas no trabalho quando não conseguem atender às próprias necessidades e exigências ou não conquistam aquilo que está buscando. Toda pessoa deseja realizar-se profissionalmente, ter seu talento reconhecido, ser admirado, considerar-se capaz, ter o apoio dos colegas de escritório e sentir-se segura no emprego. Agora imagina se você estiver no emprego errado, cercado pelas pessoas erradas e alimentando sonhos impossíveis de ser alcançados. O resultado disso? Frustrações em estado bruto. É claro que há pessoas mais suscetíveis a esse sentimento do que outras. Mas isso não é fácil, principalmente se levarmos em conta a competitividade existente hoje no ambiente de trabalho e as exigências cada vez maiores das empresas em relação ao desempenho. Não é de se estranhar, portanto, que responsabilizar a empresa ou o chefe seja a atitude mais comum por parte dos funcionários.
     Mas o importante, em qualquer caso, é ter presente que frustrações vão acontecer em sua vida profissional, em algum grau. O que vai definir o rumo das coisas é a maneira que você eleger para lidar com essas frustrações.

quinta-feira, 15 de março de 2012

PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

A capacidade de uma unidade de produção ou operações representa a quantidade máxima de trabalho que esta unidade consegue processar em um determinado período.

    Um SAC - Sistema de Atendimento ao Cliente, com três pessoas trabalhando oito horas por dia, com uma eficiência de 90%, atendendo a 20 chamadas por hora, tem uma capacidade igual a:

  • 3 x 8 x 0,9 x 20 = 432 atendimentos/dia.
     Frequentemente, os sistemas operacionais são projetados para serem operados abaixo da capacidade, o que se denomina as folgas ou tolerâncias. Contudo, existem casos em que um sistema opera praticamente 100% de sua capacidade, como por exemplo, quando há filas de espera, a capacidade pode chegar a ser usada ao máximo. Existem ainda casos em que o sistema opera acima da capacidade - por exemplo, quando um caminhão transporta excesso de peso ou uma caldeira opera momentaneamente com pressão excessiva. No entanto, esses casos configuram situações de risco e instabilidade no longo prazo, ou transgressão a normas.
     A taxa de utilização da capacidade indica a porcentagem da capacidade que realmente está sendo utilizada. Por exemplo, se apenas 200 clientes são atendidos por dia em um sistema com capacidade para atender a 432, então a taxa de utilização é 220/432 = 46,2%. A taxa de utilização varia em função do período considerado: durante o horário do almoço é provável que o serviço de atendimento ao cliente em um banco opere com 100% da capacidade, pois diminui o número de caixas e aumenta o número de clientes. Todavia, no meio da tarde, a taxa de utilização pode cair para 80%.
     O estudo da capacidade produtiva é uma questão estratégica para a empresa. Geralmente, este estudo considera investimentos grandes e de longo prazo, por exemplo, em tecnologia, treinamento de pessoal, contratações, instalações etc. Correções nesses investimentos são usualmente demoradas e muito caras. Um exemplo do dimensionamento da capacidade é o cálculo do tamanho de um galpão para uma fábrica e da quantidade de máquinas a serem importadas para a produção.
     Um dos grandes desafios do planejamento da capacidade é tentar evitar desajustes entre demanda e capacidade. Existem vários critérios para orientar o dimensionamento da capacidade. Um dos mais utilizados consiste em comparar as consequências negativas do subdimensionamento da capacidade, tais como: filas, insatisfações do cliente, perda do cliente, stress, risco de pane no sistema, etc., com as consequências negativas do superdimensionamento da capacidade, tais como: altos custos operacionais e desperdícios. A partir destas consequências, estuda-se a melhor alternativa para o dimensionamento ideal da capacidade. O problema do dimensionamento se agrava quando a demanda apresenta grandes flutuações ou é muito incerta.
     A capacidade de um sistema produtivo pode ter que ser alterada, por exemplo, quando há uma expectativa de crescimento nas vendas. Neste caso, manter a capacidade de produção atual pode significar perda de oportunidade de crescimento do lucro e um mal atendimento aos clientes. Ao contrário, se uma retração nas vendas é prevista, manter a capacidade atual implicará o aumento dos custos unitários dos produtos. A mudança da capacidade se baseia, dessa forma, na previsão da demanda. Há duas estratégias básicas para decidir sobre a alteração da capacidade: a antecipação à demanda e o acompanhamento da demanda.

terça-feira, 13 de março de 2012

CERVEJAS

Briga pelo segundo lugar.

     O ano começou bem para as cervejarias Petrópolis e Schincariol, que brigam cabeça a cabeça pela vice liderança do bilionário mercado brasileiro de cervejas. A Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Crystal, encerrou janeiro com 10,9% de participação de mercado, aumentando 0,2 ponto percentual em relação a suas vendas de dezembro. A Schincariol, que foi ultrapassada pela Petrópolis em novembro do ano passado, subiu de 10,3% para 10,7% e encostou ainda mais na rival.  As duas cervejarias apostaram nas vendas do carnaval para se posicionarem melhor sua participação no mercado.
As duas cervejarias - Petrópolis e Schincariol - ganharam mercado em cima da AMBEV e Heiniken. A AMBEV perdeu 0,2 ponto e terminou janeiro com 68,5% das vendas. A participação da Heiniken caiu de 8,7% para 8,4%, no mesmo mês.
A conferir.
Fonte: EXAME

sexta-feira, 9 de março de 2012

PARA NÃO ESQUECER

Não faz muito tempo que uma linha telefônica no Brasil custava algo em torno de 2.000 dólares.

     Demorava algo como dois anos para ser instalada e era incluída na declaração de imposta de renda como patrimônio pessoal.  Naquele período - final dos anos 90 - havia 19 milhões de linhas fixas em operação. Apenas 3% da população tinha celular. Os felizardos proprietários tinham direito a um serviço caro e ruim. O Brasil era pátria de um dos mais primitivos e risíveis sistemas de telecomunicações do mundo. Hoje, ainda que com distorções e problemas, há 62 milhões de linhas fixas e 242 milhões de celulares em funcionamento no país. A comunicação telefônica tornou-se algo tão banal que aquele país do final dos anos 90 para algo difuso, estranho e incompreensível. No meio dessas duas realidades está a privatização das empresas de telecomunicações, um movimento que, a exemplo de todos os outros processos desse tipo, tem sido ora demonizado, ora renegado, a depender da conveniência política do crítico de plantão.
     Somos constantemente acusados de ser uma sociedade de memória curta - mas pelo bem do futuro é prudente não esquecer as lições do passado.
     O sistema de telefonia de ontem é nosso sistema aeroportuário de hoje. Temos alguns dos mais obsoletos e ineficientes aeroportos do mundo, instalações que contradizem nossa ambição de nos tornamos uma potência econômica e que sob o comando do Estado só pioram conforme o tempo passa.  Minha experiência com aeroportos no Brasil se iniciou em 2005 e a longo destes anos só se vê placas com propagandas informando que "estamos trabalhando para seu conforto", mas que nada fazem a não ser esconder a ineficiência. É por isso que, a despeito da polêmica gerada pelo resultado do leilão, a concessão deve ser encarada como uma vitória da razão e da experiência sobre o obscurantismo ideológico. Demos um passo fundamental - espera-se que o primeiro ruma á inadiável modernização da infraestrutura brasileira. Teremos muito a comemorar se, daqui a alguns anos, olharmos para trás e nos perguntarmos como podíamos conviver com tamanho absurdo.
Fonte: EXAME.

quarta-feira, 7 de março de 2012

FAÇA UM UPGRADE NO SISTEMA OPERACIONAL DO SEU CÉREBRO

Sua cabeça tem que ser compatível com os novos tempos. Isso significa dar conta de várias tarefas de uma só vez e saber se comunicar em diversos canais.

     Pense um pouco e responda de quanto tempo você necessita para fazer as seguintes coisas:
  • Saber de uma grande variação de preços de um determinado concorrente;
  • Ser encontrado por uma pessoa de sua equipe ou por um cliente;
  • Ser informado de uma grande fusão de empresas no mercado em que você trabalha;
     Se você demorou muito para responder qualquer uma destas opções acima, e não sabe exatamente qual o caminho mais rápido para resolvê-lo, é bom começar a mudar seus paradigmas. A rapidez da comunicação e o uso correto da informação estão ditando as regras nos tempo atuais. Muitas pessoas ainda não perceberam que o desenvolvimento da tecnologia já está modificando áreas críticas de nossa vida profissional. Não se trata mais de futuro - está acontecendo agora mesmo, no dia a dia de cada um. A resposta a essa transformação? Mudar a forma como se comunica com outros e como absorver as informações.
     Pode parecer o caos, mas é uma realidade. Assim como o Windows popularizou a possibilidade de um computador ser multitarefas, a internet faz com que as pessoas também tenham que ser multitarefas, ou seja, consigam fazer várias coisas ao mesmo tempo. Deter informações não é mais sinônimo de poder. Absorvê-las e usá-las corretamente e ainda ter habilidade para se comunicar em vários canais, de forma adequada e em tempo real, isso sim confere poder de verdade.
     Comunicar-se bem tem um novo significado. Não apenas simplismente abrir a boca e falar claramente o que se queria. O profissional tem, além disso, que saber adequar a comunicação ao meio. Mandar um e-mail para um celular não é o mesmo que mandar um e-mail para um computador comum. Efetuar um treinamento ou uma conferência via internet, tem suas particularidades e limitações. Além de mais sinais especiais que são compreensíveis para os usuários desse tipo de mídia.
     E o que dizer da coleta e do uso de informações? A WEB vem fazendo com que muitas pessoas se sintam ansiosas devido a um fenômeno conhecido com "sobrecarga de informações". A quantidade ilimitada, e sem precedentes, de informações hoje disponíveis na rede acaba criando uma dessas situações típicas dessa nova era - há muitas informações e, ao mesmo tempo, nenhuma informação, pois como é impossível absorver tudo, muita gente fica paralisada e não absorve nada. Se você está procurando por uma informação específica, tome cuidado para não sair sem rumo e descobrir que gastou horas para ver tudo - menos o que precisava ver quando começou.
     Mas o que é importante mesmo é ser capaz de mudar o próprio comportamento, e adequar-se às novas formas de comunicação e de coleta de informações. O celular está deixando de ser um simples telefone para se transformar em um terminal multitarefas, usado por você, que não deixa de ser outro terminal multitarefas. Se o seu sistema operacional não é compatível com estes tempos, sinto informar, mas chegou a hora de investir num upgrade e instalar em seu cérebro um novo, para acompanhar este século XXI.

segunda-feira, 5 de março de 2012

EMERGENTES 2.0

O futuro da web sempre pertenceu ao Vale do Silício. Países como China, Brasil e Rússia podem mudar essa realidade

     Para o mercado americano de internet, o mais importante do mundo, o ano de 2011 terminou numa inquietude e expectativa, um dos símbolos da primeira fase da web, estava a venda. E o pior está não é a primeira vez que isso acontece. Até pouco tempo atrás, os Estados Unidos eram o país com maior número de cidadãos conectados. Nas últimas décadas, não por acaso, foram empresas do Vale do Silício, como o Google e Facebook, as responsáveis por fundar as base da nova economia digital. Como em outros setores, porém, a vez dos emergentes parece ter chegado também à internet. Não faltam indícios desse fenômeno. Existem hoje mais chineses conectados na rede que pessoas morando nos Estados Unidos. Nos últimos anos, o comércio eletrônico no Brasil cresceu duas vezes mais rápido do que a média americana. Por fim, vem da Rússia, e não dos Estados Unidos, o fundo digital Sky Tecnologies, aquele que mais lucrou com redes sociais, que representam o último grande fenômeno na internet.
     Assim, pela primeira vez, há mais dinheiro em abundância a escorrer para empresas de internet de fora do Vale do Silício. Desde 2005, estima-se que mais de 6000 startups na Ásia tenham recebido investimento. Apenas em 2010, cerca de 38 bilhões de dólares forma investidos em jovens empresas de tecnologia da China e da Índia, que ficam atrás apenas do Estados Unidos no ranking de países que mais receberam investimento de capital de risco na categoria. Efeitos desse fenômeno começam a ser sentidos também no Brasil. Nos últimos anos, empresas de internet brasileiras receberam investimentos de alguns dos maiores fundos de capital de risco do mundo, como Accel Partners e Benchmark. Sinal dos novos tempos.
Fonte: EXAME

sexta-feira, 2 de março de 2012

APENAS MAIS UMA CONFERÊNCIA?

A Rio + 20 vai reunir líderes de todo o mundo para tratar do clima - mas dá para esperar resultados?

     Quando aconteceu a Rio-92, o encontro de cúpula organizado pela ONU para discutir o então relativamente novo tema do desenvolvimento sustentável.  No Brasil o cruzeiro era a moeda nacional, a abertura econômica chinesa estava apenas começando a mostrar resultados e a idéia de que a temperatura da Terra pudesse estar aumentando perigosamente estava essencialmente restrita ao mundo acadêmico.  Em 2012, uma nova leva de lideranças mundiais estará no Rio de Janeiro para avaliar os progressos - ou a falta deles - nas duas décadas que se passaram desde o evento original.
     O Brasil e o mundo mudaram muito, mas no que diz respeito às discussões sobre o clima a mudança que estará em pauta é outra, bem mais recente: será que o ímpeto dos esforços por uma agenda global está arrefecendo? 
     A expectativa para a reunião de Copenhague. dois anos atrás, era grande, mas o encontro acabou sem resultados importantes.  Com a perspectiva de uma prolongada crise econômica dominando a agenda dos governantes, e diante das dificuldades em conseguir um equilíbrio entre ricos, emergentes e pobres quando o assunto envolve o desenvolvimento, o temor é que o evento no Rio dê em muito pouco, a exemplo do que aconteceu na Dinamarca.
     Apesar da oposição de uma parcela do movimento ambientalista, é certo que as lideranças mundiais façam um esforço para aproximar ainda mais o assunto do terreno econômico. O problema é de outra natureza: nestes tempos turbulentos, com uma crise que se arrasta há mais de três anos, quaisquer declarações sobre o assunto, correm o risco de não ecoar por muito tempo depois de fotografias e apertos de mão.
A conferir!
Fonte: EXAME