segunda-feira, 30 de abril de 2012

PRODUÇÃO NO BRASIL

O Brasil em perigo.

     Vamos aos fatos: o Brasil é, sim, um país de enorme potencial, com seus milhões de consumidores de classe média em acelerada ascensão, com invejável abundância de recursos naturais, passando por um período mágico de bônus demográfico que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer.  Nosso mercado interno tornou-se um poderoso imã de investimentos e até nossas carências surgem oportunidades.  É esse o país que, cada vez mais, vem sendo acusado de destruir sua indústria, teoricamente seduzido pelo brilho de suas commodities. A gritaria, amplificada nos últimos tempos,  transformou-se em manifestação, em choro e ranger os dentes e, claro, em pedidos insistentes de apoio e de proteção.  Para os governos de plantão, quase sempre mais preocupados com a popularidade de seus mandatos do que com a visão de futuro, o clamor de certos setores da indústria, aliados a sindicatos de trabalhadores, é quase irresistível. É nessa hora que os defensores das soluções pretensamente fáceis e rápidas erguem a voz: se nossas empresas não estão preparadas para a competição global - devido aos velhos problemas estruturais e de gestão tanto do governo como, por vezes, da própria iniciativa privada -, a solução é culpar os outros e nos protegermos atrás de barreiras artificiais. Vamos nos recolher. dizem eles, e aproveitar sossegados o bom momento do mercado brasileiro.
     Essa é uma história conhecida, e sabe-se muito bem quais são suas consequências. Talves a maior, e mais nefasta delas, seja o autoengano, a sensação de que podemos nos tornar competitivos do dia para a noite, por decreto.  E assim, novamente, mantemos as mudanças essenciais para o presente e o futuro do país esquecidas no fundo da gaveta dos gabinetes oficiais.  O Brasil não será uma potência econômica com macumbas cambiais, barreiras e medidas de proteção aos setores que conseguem gritar mais alto (veja o que está acontecendo na Argentina). O país corre o risco de, mais uma vez, fazer as escolhas erradas, sacrificar a estratégia em favor das conveniências, não mudar o que tem de ser mudado. Não temos chance real de sucesso sustentável e de longo prazo se não tivermos a coragem, como sociedade, de pressionar por reformas que tornem o sistema racional e justo, que coloquem todos na mesma linha de partida e permitam que os mais eficientes, produtivos e inovadores disparem e vençam uma competição que há muito tempo deixou de ter fronteiras. As dificuldades de parte da indústria brasileira não podem servir de cortina de fumaça para problemas que há anos os sucessivos governos teimam em não resolver, mas em aprofundar.  As soluções para eles - reformas estruturais, pacto pela melhoria da educação, investimentos em infraestrutura - são quase todas complexas e podem levar uma geração para mostrar seus resultados. Mas elas são inescapáveis - e são também o único caminho realmente seguro para o Brasil.
Fonte: EXAME.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

RECRUTAMENTO

Caça aos Jovens

     A carência de bons executivos é um velho problema brasileiro. Uma das soluções mais eficazes para lidar com o problema é atrair jovens talentos e treiná-los para, em pouco tempo, assumir os principais cargos executivos. É possível fazer isso sem recorrer aos pasteurizados programas de estágio e trainees - que são caros e nem sempre ajudam a reduzir a alta rotatividade de profissionais.  Nesta procura o Santander encontrou a sua saída. Em 2009, encerrou seu programa de trainees e criou cinco canais para atrair os jovens e acelerar seu crescimento.  O processo já atraiu mais de 140.000 pessoas e tem a seguinte característica:
  1. Em vez de esperar o fim da faculdade, o Santander busca talentos que estão começando a vida universitária.Organiza palestras sobre carreira, oferece bolsa de estudo na Europa e tem um site, batizado de Caminhos e Escolhas, com 144.000 estudantes inscritos;
  2. No lugar da seleção tradicional, o Santander faz propostas aos jovens que mais participam de atividades e debates em seu site. Os mais bem ranqueados são prioridade nas contratações porque já conhecem a cultura do banco. Em 2011, cerca de 950 jovens foram contratados por esse canal;
  3. Para os recém-formados, o Santander criou programas específicos de trainees em áreas como varejo e gestão de risco.Em 2011, 200 pessoas foram contratadas;
  4. Oportunidade de crescimento é um dos principais fatores de retenção dos jovens. Por isso, o banco mostra aos recém-contratados quais os passos possíveis e os prepara para chegar lá o quanto antes. Em 2011, 800 jovens receberam treinamento visando à promoção;
  5. Quando o Brasil não dá conta da oferta, o Santander mira o exterior. Com a crise européia, intensificou seus programas de intercâmbio e trouxe nove jovens estrangeiros para atuar no Brasil em 2011.
     É a criatividade e a inovação no recrutamento e na contratação de profissionais qualificados que é o maior gargalo para o crescimento da economia brasileira. Está ai um bom exemplo.
Fonte: EXAME. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO MUDA A SUA MANEIRA DE COMPETIR

A utilização da TI é a forma mais ágil de encurtar as distâncias entre seus clientes.

     Além da redução de custo, outras vantagens competitivas são asseguradas com a flexibilidade no atendimento. Elevando as vendas em função do valor atribuído pelo cliente. Entretanto, deve ser observado um esforço da organização no desenvolvimento deste sistema de informação.
     Em muitos casos, a nova tecnologia trouxe uma oportunidade para empresa repensar sua estratégia. É claro que estas oportunidades variam muito de empresa para outra, assim como a intensidade e as regras de competição variam muito de setor. Da mesma forma outras variáveis de produto determinam as aplicações tecnológicas em sistema de informação futuros. Em função destas variáveis o impacto da computação é risco que deve levar a uma decisão bem clara e bem planejada sobre o tema.
     Para avaliar o impacto definitivo da tecnologia da informação, as empresas têm que abordar cinco questões, em caso afirmativo, em uma ou mais, a tecnologia da informação representa um recurso estratégico que exige atenção.
     São elas:
  1. A tecnologia de sistemas de informação pode erguer barreiras às entradas?
  2. A tecnologia de sistemas de informação pode impedir a troca de fornecedores?
  3. A tecnologia de informação pode alterar a base de competição?
  4. Os sistemas informacionais podem alterar o equilíbrio de poder nas relações com os fornecedores?
  5. A tecnologia de sistemas de informação pode gerar novos produtos?
     O grande desafio para a obtenção destas vantagens está repousado num amplo gerenciamento dos sistemas de informação, um diálogo com o usuário, e ainda, muita inovação. Um fator complicador, neste processo é o fato de que muitos produtos dos sistemas de informação são estratégicos, embora os benefícios potenciais sejam muitos subjetivos e de difícil verificação.
      Dessa forma, os gerentes de sistemas de informação não devem ser demasiadamente orientados para a eficiência na alocação de recursos informacionais. Eles têm que encorajar a criatividade em pesquisa e desenvolvimento durante esse período de descontinuidade tecnológica.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CERVEJAS

Fim de ano atípico.

     O mercado de cervejas terminou 2011 de forma diferente, com um crescimento fraco e mudanças no ranking das cervejarias. Afetadas por fatores como aumento de preços e frio prolongado em algumas regiões, as vendas aumentaram apenas 3% ante 10% de 2010. Entre as empresas, a AMBEV manteve a liderança em dezembro com 68,6% de participação, uma queda de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2010. A principal novidade foi a chegada da Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Crystal, ao segundo lugar.  A Petrópolis ultrapassou a Schincariol e fechou o ano com 10,5% das vendas 0,1% acima da Schincariol, que ficou com 10,4%. A Heineken cresceu 0,6% e fechou 2011 com 8,9% de participação.
     Vamos acompanhar as tendências para 2012, mais mudanças devem vir por ai.
Fonte: EXAME

sexta-feira, 20 de abril de 2012

FOCO NA PRODUTIVIDADE

Este é conselho do economista James Rickards, autor de um livro sobre a terceira guerra cambial em curso.

     Se a história ensina alguma coisa, o mundo deveria estar em pânico diante do que uma nova guerra cambial pode representar para a economia global. è com esse olhar pessimista que o autor avalia o conflito cambial deflagrado após a crise de 2008.  Em entrevista, a Revista Exame, ele aconselha o Brasil a seguir o modelo da Alemanha e Japão, que conseguiram prosperar mesmo com moedas valorizadas.
     Na sua visão, a principal razão que motiva a guerra cambial atual, é a flata de crescimento econômico, que leva os países a tentar roubar o crescimento dos vizinhos. E a forma mais fácil de fazer isso é desvalorizando a moeda. Parece bom na teoria, mas não o é na prática. Os países prejudicados irão retaliar desvalorizando a própria moeda, impondo controle de capitais ou protegendo mais a economia. Isso só gera mais inflação para todo mundo.
     Segundo ele o que o Brasil deveria fazer diante dessa guerra cambial, era se preocupar menos com o Real valorizado e olhar para os modelos da Alemanha e Japão, que desenvolveram indústrias exportadoras mesmo com moeda forte, mas isso só acontece baseando o crescimento calcado em produtividade e tecnologia. Mas para isso é necessário trocar o modelo de pacotes emergenciais por investimento em infraestrutura, educação, desregulamentação, privatização, combate a corrupção, ou seja pensar no país a longo prazo, mas essa é uma longa história.
Fonte: EXAME.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O INTERIOR ESTÁ FICANDO PEQUENO

Uma geração de empreendedores regionais prosperam longe dos grandes centros brasileiros.

     Há um grande número de empresas desconhecidas dos consumidores dos grandes centros, com porte para brigar com as líderes nacionais. Crescer no interior exige um plano de negócios diferente dos adotados em grandes centros, onde o fator tempo deve ser considerado.
     A receita da expansão, se é que ela existe, é baseada em em alguns princípios, que moldam a gestão, para ganhar novos mercados e competir com as lideres nacionais, a saber:
  1. O Dono deve ceder o poder - os fundadores devem começar a perceber que não conseguem mais concentrar todas as decisões. Por isso, se dedicam aos temas estratégicos e contratam profissionais para o dia a dia;
  2. A diferença não está no preço - Até há pouco tempo, a maior arma das empresas emergentes era oferecer produtos e serviços mais baratos. Agora, elas investem na criação de itens inéditos, incentivando a diferenciação;
  3. O marketing virou prioridade - Para se tornar conhecidas em novos mercados, as empresas regionais investem pesado em publicidade;
  4. Primeiro a região, depois o país - As empresas regionais só traçam planos de expansão nacional depois de assegurar sua liderança regional;
  5. Portas abertas as investidores - O assédio de investidores virou rotina. E os empresários regionais analisam todas as propostas. Se valer a pena fecham o negócio.
     Rever o processo decisório, utilização do marketing estratégico e abertura a novos investidores é sem dúvida uma estratégia que as empresas regionais estão adotando para aproveitar o boom da economia brasileira e ganhar novos mercados.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

CLIENTE, GO HOME!

Literalmente a vontade que dá é ir para casa mesmo...

     A economia estabilizada, você recebeu seu salário e não está nem ai para os conselhos dos economistas de plantão: Vai entrando na primeira loja que aparecer na frente e consumir feito louco. Hum!!! Só que não se esqueça de levar uma dose extra de bom humor e paciência. Não por causa dos preços, que você está careca de saber, que andam nas alturas. O problema é outro: O ATENDIMENTO. Você não liga para isso? Eu ligo.Iniciamos nossa passeio por uma loja de departamentos num shopping conceituado. O atendimento é self-service, mas como tem uma moça de uniforme circulando na área, você se enche de coragem e pergunta: Por favor, tem desta calça no número 44? A vendedora te olha como se você tivesse pedindo o namorado dela emprestado e responde: "O que tem taí". Assunto encerrado. Ela já está fora do seu raio de visão e você se sente um idiota. Claro, o que tem está aqui. O pior ainda esta por vir. Ao dirigir-se ao caixa, algumas perguntas terão que ser feitas: cheque, cartão, desconto à vista, como é que é? Dê se por satisfeito com respostas monossilábicas: sim, não. Elas não querem papo. Desista.  Mude de loja e vá a uma livraria, que o nível da conversa vai ser outro.
     "Boa tarde, você tem o livro Escrever, de Marguerite Duras?" A moça que está te atendendo entra em estado de choque. Depois de alguns segundos, ela pergunta: "É sobre o que?" Depois de uma breve explicação, que se trata do ofício de escrever baseado na experiência da autora. A vendedora se enche de euforia e seus olhos se iluminam: "Ah! Vou procurar entre os livros técnicos". Neste momento, entra em cena o gerente da loja. Trava-se o seguinte diálogo entre os dois: "Ele está procurando um livro sobre escrever". E voltando-se para mim: "Qual é mesmo o nome da escritora?" respondi, caprichando na pronuncia. Desta vez foi o gerente que entrou em pânico. Adivinhe o que ele me pergunta: "É sobre o que mesmo?" Ainda tentei explicar que eu havia visto o livro na vitrine umas semanas antes. Ele suava frio: "Não serve Lair Ribeiro?"
     Com uma calça que mal me serve e sem o livro de Duras, fui ao banco. Filas imensas, lógico. Até que chegou a minha vez. A moça que me atende não tem pressa alguma. Está ocupadíssima contando para a colega como foi a festa no final de semana. Parece que ela levou um fora do Rogério e agora está namorando o Valdo, só que o Valdo mora longe, e ainda por cima ela ainda gosta do Rogério. Com um problemão desses, quem vai ligar para o meu saldo e pagamento do IPVA atrasado?
     Fim de tarde no supermercado. O carrinho está com as rodinhas tortas e tem uma folha de alface presa na grade. Tudo bem. Recolho nas prateleiras o que preciso e vou para o caixa: "O senhor lembra o preço do palmito?" Claro que não lembro. Lá se vai um garoto verificar. A fila vai só aumentando atrás de mim e eu prometo que nunca mais vou comer palmito na vida, quando o garoto volta. Engraçado, eu pude jurar que ele ficou grisalho, tamanha a demora. Já estou preenchendo o cheque quando me lembro que vai precisar chamar o gerente para endossá-lo. Rasgo o cheque e pago com dinheiro. Não tem troco. Lá vai o garoto trocar uma mísera nota de dez. E agora quem está ficando mais grisalho sou eu.
     O salário de todo este pessoal é uma vergonha, dá-se o devido desconto. Mas será que os empresários nunca ouviram falar em treinamento? A maioria dos estabelecimentos comerciais possui um quadro de funcionários completamente despreparados para atender os clientes. São pessoas que não valorizam o próprio serviço, não olham os clientes nos olhos e dão a impressão de estar prestando um tremendo favor em desperdiçar o seu sagrado tempo com o atendimento ao cliente. Sorriso é uma raridade. Bom dia, obrigado, volte sempre é latim ou russo. Informações na ponta da língua, sobre o produto ou serviço, nem pensar. parecem aliviados quando saímos da loja, e se não voltarmos mais, tanto melhor.
     Abram os olhos, senhores patrões. Um dia esta euforia consumista acaba e quem vai precisar de nós clientes são vocês.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

MARKETING ESTRATÉGICO

Ponha-se no seu lugar.

     Realizar trocas com o mercado exclusivamente de como a empresa vai colocar o seu produto ou serviço no lugar, momento, forma certa que o seu consumidor espera e pelos quais atribui valor e paga por isso. O canal de distribuição cumpre essa função, em que consiste em um sistema de organizações, pessoas, outros recursos, tais como estoques, prédios e equipamentos e por último processos, cujo objetivo é disponibilizar produtos e serviços num mercado-alvo.
     O avanço do comércio eletrônico e a globalização são incontestáveis.Mas a utilização correta do espaço físico local se tornou ainda mais importante para o sucesso da empresa. Pode-se citar os exemplos Submarino, Google e Amazon, não têm um espaço físico de atuação.  Essa tendência mundial ganhou um contraponto levantado por autores ingleses e americanos, que demonstram o efeito colateral da globalização está diretamente relacionado com a importância do ponto de venda, lugar de atuação estratégica de uma empresa. Este elevado grau de de internacionalização dos negócios desequilibrou a balança dos quatro P's de marketing - nem preço; nem produto; nem promoção - o fator relevante é o P de praça, local onde se define a maioria dos comportamentos de compra.
     O canal de distribuição deverá operar com alto desempenho. O macrodesempenho está relacionado a três dimensões: primeiro fatores operacionais (eficácia); fatores financeiros (eficiência); e equidade (fatores sociais). No nível micro sete dimensões medem o desempenho: satisfação do cliente, desempenho de vendas, desempenho financeiro, competência, conformidade, adaptação e crescimento.
     Um exemplo de um bom gerenciamento de ponto de venda são as lojas da Apple, onde a forma com que estes espaços foram pensados contribuiu de forma decisiva para o sucesso. Com uma melhor disposição dos itens, através do que conveniou chamar de "zonas de soluções" facilitando para os vendedores explicarem o funcionamento integrado dos produtos. Abrir as portas no lugar certo é outro fator fundamental para o sucesso do empreendimento. O lado da rua em que vai se instalar e a disposição dos produtos em uma loja têm impacto direto no volume de vendas.  Em Nova York, a loja símbolo da Apple fica em uma das esquinas mais movimentadas da também simbólica Quinta Avenida, em frente ao Central Park.
     Elementos como localização geográfica, arquitetura e decoração de ambientes ganham relevância nas estratégias de marketing, a saber:
  1. Ponto de venda - dar preferência a locais com grande afluência de consumidores e usar essa movimentação a seu favor, escolhendo por exemplo, o lado da calçada pelo qual as pessoas voltam do trabalho;
  2. Abordagem -Experiências sensoriais, como cor, luz, cheiro e tato, atraem os consumidores;
  3. Organização - a disposição dos produtos deve ser baseada na foram de compra dos clientes e não na maneira como a empresa os classifica internamente;
  4. Referências - a relação psicológica que os clientes têm com determinada região pode aproximar ou afastar um público-alvo;
  5. Distribuição - a logística entre a fábrica, centros de distribuição e lojas começa a ter importância para os clientes por questões ambientais;
     Desta forma, no canal de distribuição residem grandes possibilidades de ganhos de eficiência e diferenciação para as empresas. Por muito tempo boa parte das decisões e processos do canal não ficou a cargo do pessoal de marketing. Uma visão sistêmica ajuda a superar esta deficiência, inaceitável numa época de modificações e novas possibilidades nos fluxos de distribuições.
FONTE: EXAME

domingo, 1 de abril de 2012

A FORÇA EMPREENDEDORA

Os novos rumos do empreendedorismo no Brasil.

      Esta força empreendedora que move a economia brasileira é mais um retrato, que a despeito de um ambiente empresarial hostil, os brasileiros estão cada vez mais decididos a servir à sociedade no papel de empresários.  Ela é também a imagem de um anova e bem-vinda fase do país. Os números são claros: o Brasil está deixando de ser um país onde o empreendedorismo é um meio de sobrevivência para se tornar palco da criação em larga escala de novos negócios, concebidos e desenvolvidos por opção. Uma pesquisa recente feita pela Endeavor, ONG de estímulo ao empreendedorismo, mostra que 65% dos universitários têm o desejo de ter um negócio próprio no futuro. Esse movimento é um poderoso sinal da força da iniciativa privada e da própria transformação do país. Há décadas, empreender por vontade no Brasil é um exercício exaustivo de coragem e de teimosia.  As reformas estruturais - indispensáveis para desamarrar o empresariado e permitir que ele cresça e ajude a economia a crescer - continuam a ser adiadas.  O Estado pouco mudou. Mas o Brasil se moveu. Nas contas do novo empresário brasileiro, as oportunidade hoje pesam mais do que as dificuldades.  O risco - elemento fundamental da economia de mercado - passou a compensar.
     Uma sociedade empreendedora não surge por acaso. Ela depende da criação de um ecossistema, um conjunto de fatores que levam pessoas altamente qualificadas a criar negócios e que fazem com que  os melhores, mais inovadores e mais eficientes sobrevivam e prosperem. No Brasil de hoje, esse ecossistema já é visível, ainda que alguns de seus elos sejam frágeis. Temos um mercado respeitável, um capital humano em evolução (apesar da enorme dificuldade do nosso sistema educacional), um sistema de crédito que avança e um crescente reconhecimento do papel fundamental do empreendedor na busca pelo desenvolvimento. A parte fraca - adivinhe - fica por conta do governo, com sua adoração por tudo o que é complexo, sua avidez arrecadatória e sua incapacidade de modernizar a infraestrutura. até onde a iniciativa privada brasileira poderia chegar se as coisas, nesse campo, fossem um pouco mais fáceis? Para responder à pergunta, antes será preciso aceitar que as coisas têm de mudar.
Fonte: EXAME