domingo, 1 de abril de 2012

A FORÇA EMPREENDEDORA

Os novos rumos do empreendedorismo no Brasil.

      Esta força empreendedora que move a economia brasileira é mais um retrato, que a despeito de um ambiente empresarial hostil, os brasileiros estão cada vez mais decididos a servir à sociedade no papel de empresários.  Ela é também a imagem de um anova e bem-vinda fase do país. Os números são claros: o Brasil está deixando de ser um país onde o empreendedorismo é um meio de sobrevivência para se tornar palco da criação em larga escala de novos negócios, concebidos e desenvolvidos por opção. Uma pesquisa recente feita pela Endeavor, ONG de estímulo ao empreendedorismo, mostra que 65% dos universitários têm o desejo de ter um negócio próprio no futuro. Esse movimento é um poderoso sinal da força da iniciativa privada e da própria transformação do país. Há décadas, empreender por vontade no Brasil é um exercício exaustivo de coragem e de teimosia.  As reformas estruturais - indispensáveis para desamarrar o empresariado e permitir que ele cresça e ajude a economia a crescer - continuam a ser adiadas.  O Estado pouco mudou. Mas o Brasil se moveu. Nas contas do novo empresário brasileiro, as oportunidade hoje pesam mais do que as dificuldades.  O risco - elemento fundamental da economia de mercado - passou a compensar.
     Uma sociedade empreendedora não surge por acaso. Ela depende da criação de um ecossistema, um conjunto de fatores que levam pessoas altamente qualificadas a criar negócios e que fazem com que  os melhores, mais inovadores e mais eficientes sobrevivam e prosperem. No Brasil de hoje, esse ecossistema já é visível, ainda que alguns de seus elos sejam frágeis. Temos um mercado respeitável, um capital humano em evolução (apesar da enorme dificuldade do nosso sistema educacional), um sistema de crédito que avança e um crescente reconhecimento do papel fundamental do empreendedor na busca pelo desenvolvimento. A parte fraca - adivinhe - fica por conta do governo, com sua adoração por tudo o que é complexo, sua avidez arrecadatória e sua incapacidade de modernizar a infraestrutura. até onde a iniciativa privada brasileira poderia chegar se as coisas, nesse campo, fossem um pouco mais fáceis? Para responder à pergunta, antes será preciso aceitar que as coisas têm de mudar.
Fonte: EXAME

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