terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TUDO AQUILO QUE QUEREMOS SER

Não foi fácil, pelo menos no Brasil, 2011 nasceu como um período de renovação, sob o manto da euforia.

     O país, apontado como a joia entre os emergentes, crescia num ritmo só experimentado quatro décadas atrás. Era o Brasil do pleno emprego, da nova classe média, da renda em alta, do reconhecimento internacional manifestado em elogios e em investimento. O que poderia estragar a festa?  A resposta que não queríamos ouvir foi sendo dada ao longo dos meses, conforme a crise da zona do Euro se aprofundava e segurava o crescimento global, cada vez que assistíamos à impotência das autoridades para resolvê-la. Mais uma vez, o mundo mergulhou na incerteza. E conforme previsões o ano fechou com um crescimento pífio. Longe de ser desastroso. Menos do que poderia ter sido. É confortável colocar a culpa por tudo aquilo que não foi feito na conta dos outros: países ricos que se perderam na gastança, dispostos a viver o presente sacrificando o futuro. É confortável, mas não 100% honesto. O primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff passou sem que quase nada fosse feito para preparar o país para crescer e sobressair num cenário global mutante e cada vez mais complexo. Só a própria presidente poderia explicar as razões por trás disso. Mas certamente a sucessão de escândalos que derrubou parte de seu ministério não ajudou.
     Seria ingênuo pregar que 2012 será mais fácil do que 2011. É muito provável que as crises internacionais se arrastem, com picos de maior ou menor tensão. Vamos sobreviver a elas, como já fizemos em tantas outras, em momentos muito mais difíceis para o Brasil. O país continuará a ser um grande mercado emergente, onde a riqueza é gerada a despeito dos desmandos políticos, da tirania da burocracia, da carência de recursos. É quase um milagre: há um país mais forte do que tudo isso que está por ai. É a nossa banda boa.manifestada na ambição e na vontade de trabalhar e de progredir de empresas e cidadãos. É a parte de nossa sociedade na qual deveríamos investir como forma mais rápida de chegar ao desenvolvimento. É o pedaço do Brasil que deve prevalecer.
Fonte: EXAME

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