O lado mais perverso da crise que assola os países ricos é a alta - assustadora - no número de pessoas sem trabalho
Retração econômica, protecionismo, isolamento... e o que aconteceu nos anos 30. Foi com essas palavras que a temerária Diretora do Fundo Monetário Internacional, descreveu recentemente o caminho que a economia global pode tomar. A crise das dívidas nos países europeus ainda está longe de ser resolvida, assim como segue em aberto o futuro do euro. Certo mesmo é o resultado do pacote de austeridade: risco de recessão - talvez profunda - em todo continente europeu e mais insatisfação entre a população. Nos outros integrantes do seleto clube dos países ricos, o cenário não é mais animador. Nos Estados Unidos, embora a situação não seja tão dramática, existe um complicado impasse entre o governo e a oposição. No Japão, a tarefa de dar um sopro de vida à economia sofreu um golpe com o terremoto de março de 2011. Menos de quatro anos depois da crise precipitada pelo estouro da bolha imobiliária americana, o mundo se vê, mais uma vez, diante de um cenário sombrio. Talvez ele não seja tão terrível quanto o pintado pela Diretora do FMI - mas o simples fato de que essa possibilidade seja considerada por alguém com a autoridade de Lagarde já é em si motivo para preocupação.
As perspectivas de uma nova espiral negativa na economia mundial, associada a um crescente senso de desconfiança de uma geração que não sabe o que é emprego e muito menos poderá contar com os benefícios do Estado - nem hoje, nem no futuro -, é uma mistura perigosa e que não se via havia muitas décadas em países nos quais o conforto e a segurança durante muito tempo forma considerados um dado da realidade. A era da austeridade pode estar apenas começando, e os sinais de alerta estão por toda parte.
A conferir!
Fonte: EXAME
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