O Brasil tem o terceiro maior spread bancário (a diferença entre o valor que os bancos pagam para captar dinheiro e quanto cobram para emprestar) do mundo. O nosso fechou 2011 em 33% - só perdendo para Quirguistão (34%) e Madagascar (42%). Países mais parecidos com o Brasil, como Chile e México, cobram entre 3% e 4%. Há possíveis explicações para a anomalia. Amais controversa é se a competição, aqui no Brasil, é mais branda do que em outros mercados.Não funcionam no Brasil mecanismos que, no exterior, fazem com que bancos disputem clientes de forma mais agressiva. O principal deles é o cadastro positivo, um sistema que permite a troca de informações de quem paga seus empréstimos em dia. Ele foi aprovado há quase um ano, mas, até agora, não deslanchou. Os bancos dizem que as informações são precárias, porque os clientes precisam autorizar a inclusão de seu nome no cadastro e podem tirá-lo se quiserem, o que torna o sistema pouco confiável. O spread elevado também se deve a fatores como a alta carga tributária e inadimplência - os empréstimos atrelados a garantias são incipientes, o que aumenta o risco de um calote. É possível que o Banco do Brasil dê uma chacoalhada o mercado, tanto que suas ações já despencaram no mercado acionário. Mas, ainda que isso ocorra, só resolverá parte do problema.
Fonte: EXAME.
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