segunda-feira, 28 de novembro de 2011

QUAL O PERFIL DO NOVO TRABALHADOR?

Hoje, em boa parte do mundo, a questão do emprego transformou-se em um drama coletivo.

     Economias até pouco tempo vistas como prósperas são incapazes de gerar trabalho e renda, o que as faz mergulhar num estado de desolação e incerteza em relação ao futuro. Esse cenário cinzento só ajuda a realçar o momento pelo qual passa o mercado de trabalho brasileiro. Em setembro, o país registrou a menor taxa de desemprego da história - 6% -, o que significa que praticamente toda a população economicamente ativa, e mesmo aqueles indivíduos com pouca ou nenhuma qualificação profissional, ocupa hoje um posto de trabalho. Do ponto de vista de seu dinamismo, a situação do Brasil é absolutamente invejável. É o mercado de trabalho pujante, afinal, que tem sustentado o consumo interno em alta e garantindo uma resistência maior do país às últimas crises internacionais.
     A continuidade do crescimento do país depende, em grande parte, de sua capacidade de prover mão de obra às empresas, assegurando tanto escala quanto qualidade. É a combinação da abundância de profissionais qualificados com a adoção de novas tecnologias que tem promovido, por exemplo, os saltos de produtividade de economias asiáticas. E é exatamente ai que está o limite do Brasil. Historicamente, nosso sistema público de educação tem sido incapaz de oferecer ao mercado trabalhadores aptos às exigências dos modelos de produção do século 21. Há muito tempo deixamos de ser um país de mão de obra barata, o que não é necessariamente ruim. Mas a aliança entre custo alto do trabalho e baixa produtividade é perversa para os negócios e para a economia. Um choque de qualidade na educação não parece ser uma questão de escolha para o Brasil. Ele terá de acontecer e seus efeitos serão vistos pelas próximas gerações. Enquanto isso não acontece, a iniciativa privada tenta encontrar soluções para seus problemas imediatos.  Ao contrário do que se vê nos recentes escândalos envolvendo ONGs fajutas que prometem capacitar trabalhadores com dinheiro público sem nada entregar, o movimento das empresas gera resultados não apenas para elas próprias ou para seus funcionários. No longo prazo, a mão invisível mais uma vez ajudará a transformar a economia e a própria sociedade.
     Basta de tanta corrupção e impunidade. Acorda Brasil!
                                      Menos impostos e mais empregos.
Fonte: EXAME.

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