quarta-feira, 17 de agosto de 2011

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA

O carro do vizinho é melhor.

O mercado brasileiro cresceu. Mas a produção no país se restringe a automóveis de baixa tecnologia e o pior, nada competitivos. A indústria automotiva brasileira vem colecionando recordes de vendas nos últimos anos. O mercado brasileiro superou o alemão e tornou-se o quarto do mundo, atrás de China, Estados Unidos e Japão. Mas um olhar crítico sobre a competitividade e a qualidade de nossos automóveis revela que há motivos para preocupação. A indústria brasileira começa a ficar obsoleta, a despeito de grandes investimentos anunciados recentemente por GM, Fiat, Toyota e outras.
Para as empresa, é melhor montar os veículos mais sofisticados em países como o México, pois lá podem exportar sem impostos para os americanos, o que não é possível no Brasil. Ou seja, o Brasil não tem produtos para exportar para mercados mais desenvolvidos e também não tem vantagens competitivas para atrair a produção desses veículos. O resultado é que, apesar de hoje ter um mercado superior ao da Alemanha em volume, o Brasil produz apenas modelos pequenos, como Palio, Gol, Celta e Fiesta, enquanto os alemães vendem por ano milhões de Mercedes, Porche, BMW e Audi.

Raio X do setor:
  • O Brasil importa carros de maior valor agregado e exporta modelos pequenos. O resultado é um déficit que pode chegar a 14 bilhões de dólares;
  • O país importou 390 000 unidades e exportou 250 000 unidades, déficit no primeiro semestre de 2011 140 000 automóveis;
  • O preço médio dos modelos importados ($ 13 300,00) é, em média, 75% maior do que o dos exportados ($ 7 600,00);
Por que o Brasil está perdendo terreno:
  • O governo estimula a produção de veículos pequenos com a redução de impostos;
  • Não há escala para produzir veículos maiores. Faltam acordos para vender a grandes mercados;
  • Tributos e encargos trabalhistas tornam o custo de produção no Brasil 40% maior do que no México;
  • O real valorizado favorece a importação. O produto brasileiro fica caro no exterior.
O governo reconhece o problema e apresentou recentemente um pacote de medidas para atacar a perda de competitividade da indústria no país. Ainda não dá para saber se elas serão suficientes. Mas, ao menos no setor de automóveis, é visível que o Brasil larga atrasado nessa corrida.
Fonte: EXAME

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